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Ensaios-->GRANDES EXPLORAÇÕES -- 14/10/2001 - 04:27 (VOGELHEIM) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Por opção (e definição), nos dias de hoje tudo é mercadoria. São os produtos manufaturados de sempre, e muitas coisas que mantinham um status de invendáveis, não negociáveis, inalienáveis. As roupas concorrem com os sentimentos; cargos intangíveis são trocados por afeições discutíveis. Negocia-se amor, amizade, fidelidade, honra, honestidade, família. Tudo é negociável, pela filosofia do mercado universal. Tudo pode ser mensurado em papel moeda. A teoria da relatividade fica amplificada de uma forma englobante, distorcida do seu campo inicial de abrangência, num contexto em que tudo, tudo mesmo é relativo. Domina o mercado,e sua inexorável lei da oferta e procura. Oferta em demasia? Valor deteriorado. Procura supera a oferta? Mercadoria valorizada. E dificilmente se atinge, e mais dificilmente ainda se mantém um ponto de equilíbrio.
Mas importa neste instante comentar sobre uma mercadoria que está demasiadamente desvalorizada, com uma oferta imensa no mercado mundial. Uma mercadoria preciosa, em certos aspectos exclusiva e única. Trata-se do ser humano.
Tem gente demais nesse mundo de meu Deus. Gente mal alimentada, mal abrigada, mal vestida, malcriada. Gente sem educação, sem cultura, que não sabe pensar, ou mesmo o que pensar. Gente explorada, maltratada, expoliada. Gente oprimida, sofrida, desperdiçada. Pois tem gente demais. Demais. Nas filas dos empregos, disputando o pão nosso, engordando o exército industrial de reserva, enriquecendo os ricos, construindo, plantando e colhendo para o proveito de poucos, e jamais dos seus. Gente demais carregando uns poucos nas costas.
Mas e se resolvessemos utilizar esta lei universal em favor dos desfavorecidos. E se buscássemos uma maneira de evitar, ou talvez mesmo acabar com a deslavada, exagerada exploração de muitos por alguns? E se, por intermédio de uma tragédia de proporções planetárias, a raça humana se visse reduzida a uma população tão diminuta que colocasse em xeque a sua própria sobrevivência como espécie? Um cataclisma natural, um conflito nuclear de proporções catastróficas, algum tipo de envenenamento químico de grandes proporções, ou mesmo uma fatal contaminação biológica. E se fôssemos tão poucos, se voltássemos a ser tão dependentes uns dos outros, que todos conseguissem (ou fossem obrigados) entender a preciosidade de uma vida humana, bem como da vida em geral? Será que somente por meio de uma ameaça suprema de destruição é que poderemos exterminar com a exploração, que é o crucial e maior mal da humanidade? Será que somos assim tão mesquinhos, tão incompetentes, tão infantis, tão prepotentes, que não conseguiremos enxergar o mal antes que um mal maior (ou igual) nos arremesse ladeira abaixo? Pense, caro leitor, pense muito bem... e faça a sua parte. Afinal, pensando desta forma, a fraternidade, a generosidade e o senso de justiça começam a deixar o terreno do idealismo idiotizado, dos devaneios românticos, e passem a ser observados como um procedimento lógico, inteligente, extremamente conveniente, e muito mais eficaz que o refinado egoísmo que impera neste mundo de meu Deus...
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